a chuva é multisentido: ouço, vejo, toco, sinto seu cheiro. e por entre as sensações, imagino. uma gota bailarina se equilibra numa agulha, esguia, linda e orgulhosa de seu próprio equilíbrio. mas a chuva segue chovendo, e a gota seguinte a destitui sumariamente de sua delícia tão ilusória. ao fim da tempestade, o sol volta e ambas secam. no chão esquecido da chuva, nenhum vestígio de gota.
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