a chuva é multisentido: ouço, vejo, toco, sinto seu cheiro. e por entre as sensações, imagino. uma gota bailarina se equilibra numa agulha, esguia, linda e orgulhosa de seu próprio equilíbrio. mas a chuva segue chovendo, e a gota seguinte a destitui sumariamente de sua delícia tão ilusória. ao fim da tempestade, o sol volta e ambas secam. no chão esquecido da chuva, nenhum vestígio de gota.
29 dezembro 2012
15 dezembro 2012
saudade
saudade é assim: os pés ficam plantados, raízes, na terra. e os olhos voam. os olhos vêem o que já não há. os olhos inventam rostos e risos. e os ouvidos recriam sons antigos, canções. ouço minha mãe me chamando, vejo seu olhar. saudade é assim: alucina.
02 dezembro 2012
dezembro
dezembro era mês que cheirava a pêssegos, panetone e café recém-coado. dezembro era mês de banho de chuva e luzes coloridas. era mês de estar com os avós, ainda mais. e felicidade era simplesmente a possibilidade de gozar desses cheiros, dessas luzes, daquelas vozes.
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