04 abril 2012

cala!

passou a vida reclamando, criticando, julgando e condenando. dia após dia, sempre a mesma cantilena. até que numa manhã de sol, a voz se irritou: já não podia mais com tanta casmurrice! foi-se embora, simplesmente. achou melhor viver sem corpo, mesmo que condenada a ecoar eternamente. desde então, a boca muda só produz caretas. mas para elas, o mundo pode dar as costas. bendita voz que emudece gargantas inúteis!

01 abril 2012

sem

há os silêncios pacíficos, aqueles instantes de repouso da mente, nuvens de sossego que fazem ritmar a existência. e há os outros. os silêncios que são abismo onde nem eco habita. é uma pena, mas há silêncios que são o oposto da ponte, o avesso do próximo, o inverso do com.